A Honda se reforça no segmento de scooters, o que mais cresce, e lança o ADV, versão aventureira do exitoso PCX 150
A Honda apresentou no final do ano o scooter ADV, um ano depois de sua apresentação inaugural no Salão Duas Rodas de 2019. O modelo é uma inovação no segmento de motonetas dessa faixa de cilindrada, pois projeta uma imagem de aventureiro, e incorpora detalhes de projeto capazes efetivamente de torná-lo apto e enfrentar deslocamentos em estradas de terra. Também acaba de ser lançado nos Estados Unidos, onde vem com freio a tambor na traseira –no Brasil incorpora ali um disco de bom diâmetro. Tudo isso tem seu preço: a charmosa máquina chega custando R$ 17.490,00, o que a posiciona no topo de seu segmento de cilindrada.
Nós o pilotamos em dezembro por estradas de asfalto e de cascalho na maravilhosa estância de Socorro, a cerca de 180 km de São Paulo. A impressão ao pilotá-lo foi excelente. Claro que se trata de um scooter, veículo projetado e construído para o uso urbano, mas o Honda ADV se comportou surpreendentemente bem na terra, com uma suspensão capaz de proporcionar confiança em deslocamentos por estradas vicinais sem pavimento. Os grandes pneus de uso misto também favorecem essa boa impressão.
No asfalto, as suspensões mais trabalhadas mostraram comportamento exemplar em curvas de baixa e alta. O curso adicional e os amortecedores mais sofisticados proporcionam excelente estabilidade.
A idéia de um scooter polivalente é valiosa para quem mora no interior e para qualquer motociclista que tenha que enfrentar trechos sem pavimentação, seja em seus deslocamentos diários, seja para desfrutar de atividades de lazer em uma praia deserta ou na montanha.
O ADV é um scooter crossover que adota o conceito de City Adventure da Honda, consolidado no Brasil pela presença (e sucesso de vendas) do X-ADV, que se vale da base mecânica da motocicleta NC 750X. O Honda ADV adota a base mecânica do já consagrado PCX 150, líder de vendas em seu segmento.
Como todo scooter, o ADV inclui uma série de ítens de conveniência que o tornam ideal para o uso diário, com enorme praticidade. Por outro lado permite, ao mesmo tempo, que o motociclista aproveite oportunidades para curtir novas experiências.
Com desempenho capaz de acompanhar, com enorme economia, a velocidade de cruzeiro das autopistas, o modelo também permite a exploração de estradas secundárias. O ADV150 é, ao lado de seu primogênito X-ADV 750, o scooter mais versátil do mercado.
A ideia da Honda é trazer para essa classe de motociclos, a que mais se expande em termos de mercado, o estilo e o espírito das motos de aventura, segmento no qual a marca tem como ícone a poderosa Africa Twin.
Toda a base mecânica é a mesma do Honda PCX, bastante popular e muito conhecido.
O motor é o testado e aprovado OHC de 149 cc refrigerado a líquido, mas equipado com uma ponteira de escape mais alta e adequada ao estilo on-off road. O torque máximo, de 1,38 kgf.m, agora aparece a 6.500 rpm e não a 5.000 giros como na versão urbana PCX.
Parte dessas mudanças se deve à necessidade de atender ao Promot 5, mais estrito no controle de emissões, tanto de gases quanto sonoras.
Comparado com o motor do PCX 150, o sistema de admissão do ADV tem o duto do filtro de ar 21 mm mais longo e o tubo de admissão 2 mm mais longo, para um torque melhorado nas faixas baixas e médias.
O silencioso montado diagonalmente tem uma estrutura de tubo interna e localização de catalisador otimizadas para fornecer bom desempenho em condições variáveis, on e off road.
O quadro tubular de aço também basicamente é o mesmo. As diferenças são muito mais notáveis na “carroceria”, com o inteiramente novo design, mais retilíneo e agressivo, com carenagens e blocos ópticos no estilo robusto e imponente do X-ADV 750, além do para-brisa regulável em duas posições, muito funcional e fácil de ajustar manualmente. A variação é de 7,1 cm para baixo para maior vento no corpo, em dias de calor e a velocidades moderadas; ou para cima ao enfrentar condições climáticas menos favoráveis, como chuva, garoa ou frio.
O ADV 150 incorpora a Smart Key, chave por controle remoto, excelente por proporcionar maior segurança em estacionamentos na rua, pois o piloto chega e parte imediatamente, sem mais delongas sobre a moto.
O novo scooter mantém o ótimo espaço para armazenamento embaixo do assento, de 27 litros. Cabe um capacete aberto e alguns dos fechados, os de menor porte. Esse espaço é um dos maiores diferenciais do conceito scooter, pela praticidade de portar equipamentos eletrônicos abrigados em dias de chuva.
A transmissão automática tipo CVT, de polias de diâmetro variável, é a mesma do tradicional PCX.
A suspensão Showa é inteiramente nova nessa versão de estilo on-off road. Os amortecedores traseiros têm reservatórios de gás à parte, recurso que, além da estética agradável e sugestiva de maior esportividade, proporciona melhor desempenho do sistema, por reduzir o risco de cavitação (perda de atuação por formação de bolhas no fluido hidráulico dos amortecedores).
PROJETO
O ADV 150 permite que o piloto viaje com as costas eretas, o que é excelente para minimizar o cansaço e fornecer boa visão no trânsito. O seu triângulo de condução (a relação entre piloto, assento e piso) e o pequeno porte permitem pilotagem por longos períodos sem sinais de exaustão.
O guidão largo e mais elevado que nos demais scooters permite uma pegada mais firme, necessárias nas incursões eventuais fora do asfalto. O guidão apresenta um design cônico (28,6 mm na mesa), semelhante a modelos de aventura como a Africa Twin.
Além disso, o scooter permite, como você verá nas fotografias fornecidas pela Honda para esta reportagem, a pilotagem em pé, tão necessária para o equilíbrio na superação de obstáculos na prática off road.
A iluminação é totalmente em LEDs, o que permite reduzir o tamanho dos elementos ópticos, seu peso e consumo de energia e para otimizar a iluminação.
A luz traseira é separada dos indicadores de direção traseiros e incorpora um design em “X” que expressa o conceito de crossover.
O painel de LCD é compacto, mas tem muita informação disponível. O display principal exibe data, hora, indicador de mudança de óleo, medidor de combustível, hodômetro total e dois parciais, velocímetro, consumo instantâneo de combustível, consumo médio de combustível, temperatura do ar, tensão da bateria e medidor de combustível.
O conjunto inclui luzes-espia de piscas, farol alto, temperatura do líquido refrigerante e injeção de combustível.
Com o sistema Smart Key da Honda, o botão principal do scooter é ativado automaticamente conforme o proprietário se aproxima do veículo, e o motor pode ser ligado sem inserir a chave. Um interruptor liga / desliga na chave evita que terceiros possam ligar o scooter, mesmo quando o proprietário está nas proximidades.
O sistema incorpora um sistema de alerta que aciona os piscas para ajudar o proprietário a localizar o scooter. A tampa de combustível e o assento são destravados por meio de chave adjacente ao botão principal.
CHASSI/ SUSPENSÃO
O ADV tem maior distância ao solo do que o irmão PCX –são 16,5 cm contra 13 cm na versão urbana– e adota suspensões de maior curso, além de pneus de proposta on-off road, robustos o suficiente para enfrentar estradas urbanas acidentadas, estradas secundárias e de terra. O pneu dianteiro é um 110/80 de aro 14 e o traseiro, mais largo (130/70) é montado em aro de 13 polegadas de diâmetro, ambos sem câmara. As rodas, de liga leve, têm 12 raios em forma de uma estrela de seis pontas duplas.
O garfo telescópico Showa de 31 mm de diâmetro tem curso de suspensão de 13 cm, digno de motocicletas com o dobro de cilindrada. O ângulo de cáster mudou bastante: é agora de 26,5 graus, o mesmo de uma moto naked, como uma CB 250F, por exemplo. Isso muda totalmente a dirigibilidade típica de um scooter urbano e permite enfrentar trechos irregulares com maior firmeza.
Os amortecedores traseiros Showa com reservatório de expansão à parte oferecem 12 cm de curso. Suas molas de três passos oferecem carregamento progressivo para excelente desempenho de aderência à estrada em várias situações, incluindo terrenos acidentados
O disco de freio dianteiro recortado (com 240 mm de diâmetro) reduz o peso não suspenso e elimina a água e os detritos da pastilha de freio. É mordido por uma pinça Nissin de 2 pistões, enquanto o freio traseiro tem disco de 220 mm de diâmetro e pinça de pistão único. O sistema ABS atua apenas na dianteira, opção que vem sendo crescentemente adota em modelos de menor cilindrada.
O porta-luvas do escudo fornece armazenamento conveniente para pequenos itens, especialmente dinheiro de pedágio, enquanto um soquete AC ali posicionado permite o carregamento de dispositivos eletrônicos.
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