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Bikes in the snow

Por: Ricardo Couto

Bikes in the snow - Adaptadas de motos de motocross, as snowbikes agitam o inverno nos países frios. A diversão é espetacular!


Conhecido inicialmente como veículo de transporte e de resgate em regiões inóspitas, o snowmobile (como aqueles fabricados no exterior pela Polaris, Ski-Doo e Artic Cat) deixou há algum tempo de ser apenas um veículo utilitário para se transformar em uma máquina de lazer e de competição. O veículo, de carenagem baixa e envolvente, com duplo esqui dianteiro e esteira tracionante atrás (suas características mais marcantes), agora divide espaço com versões mais leves e altas. São as snowbikes, motocicletas originais de

motocross ou trilha, adaptadas para rodar na neve, dotadas de um esqui no garfo dianteiro e do sistema de esteira (semelhante ao dos tanques de guerra e tratores, porém bem mais leve e ágil) na balança traseira, que se movimenta sobre roldanas, no lugar das tradicionais rodas e pneus.

Eventos e campeonatos realizados nos Estados Unidos, Canadá e Europa costumam atrair milhares de aficionados e pilotos em busca de emoção e visuais únicos, reunindo snowmobiles com preparação (alguns deles com motor de quatro tempos e dois litros de cilindrada, que chegam a atingir 250 cv de potência e 120 km/h de velocidade) e snowbikes de várias marcas e cilindradas. As provas mais importantes e tradicionais são as disputadas em Aspen, no Colorado (EUA), na Itália (nos Alpes) e na Áustria (no Tirol).

A maioria das snowbikes possui entre 450 cc e 600 cc, por serem motores leves e ao mesmo tempo potentes, o que facilita as manobras e acrobacias, como no caso de modelos da Honda, Yamaha, Suzuki, Kawasaki, KTM, Husqvarna. Mas há versões bem mais fortes, com 1.000 cc ou 1.200 cc, como as feitas a partir de modelos Harley-Davidson e Indian.

O snowbiking, como é chamado lá fora, é uma atividade relativamente nova de recreação de inverno, onde as motos modernas, fora de estrada, circulam por um circuito plano e de alto desempenho ou por traçados com rampas ou declives acentuados. São mais fáceis de manobrar e pesam menos de 125 kg. A adaptação da motocicleta é relativamente barata, e há kits que permitem converter uma magrela de cross fácil e rapidamente em um modelo para uso na neve.


O INVENTOR


O surgimento das snowbikes ocorreu no início dos anos 90. A invenção é atribuída ao norte-americano Vernal Forbes, de Idaho, dono da 2Moto. Ele desenvolveu o projeto em 1993 e construiu o primeiro protótipo em 1998. Sua companhia dominou o mercado até que a Timbersled (depois incorporada pela Polaris), com sede em Ponderay, também em Idaho, apresentou o modelo Mountain Horse, em 2010.

O grande diferencial da moto de neve está na utilização do esqui frontal e da esteira na traseira, no lugar de rodas, já que o restante dos componentes (quadro, guidão, escape, motor e câmbio) pode ser mantido conforme o original de fábrica. O dispositivo de tração por lagarta nada mais é que uma evolução do sistema criado em 1924 por Carl Eliason, que concebeu o primeiro trenó de madeira motorizado, precursor dos atuais snowmobiles.

KITS PARA NEVE

Kits vendidos por empresas independentes transformam modelos de duas rodas em snowbikes cross, preparadas para enfrentar os desafios nas montanhas e pistas nevadas no inverno. A Timbersled, da Polaris, vende cinco tipos de conjuntos, que atendem desde os praticantes por lazer até pilotos de corridas. As esteiras possuem dois tamanhos, curta e longa, dependendo da necessidade de menor ou maior nível de tração em neve profunda. A altura das pás da lagarta varia conforme o tipo de aplicação e de manobras que se queira executar. Já o esqui dianteiro é constituído de um casco com uma grande quilha central e duas menores nas laterais, para dar maior controle e estabilidade nas curvas.

O sistema está disponível para uma ampla gama de modelos motocross e off-road, que vão do início dos anos 90 até os dias atuais. A grande vantagem desses equipamentos é que eles são universais e reversíveis, adaptando-se aos mais variados tipos de suspensão. E no verão podem ser retirados para voltar a rodar na terra com as rodas e pneus recolocados.

A adaptação do kit, basicamente, começa com a retirada da roda e sistema de freio dianteiros (mantendo os amortecedores da frente) e a colocação de um eixo com braçadeiras entre os garfos originais, em que é fixado o suporte do esqui frontal. Na parte traseira da moto, o amortecedor, a balança, a roda e a corrente convencionais são removidos, e em seu lugar é colocada uma espécie de sub-chassi com a esteira de pás (confeccionada em material composto flexível), que gira apoiada em roldanas. Este conjunto possui amortecedor e mola fixados na parte interna para absorver o movimento da lagarta ao passar sobre superfície irregular ou obstáculos naturais na neve. No final dessa cinta há uma polia regulável, que funciona como esticador da lagarta.

O freio traseiro original da motocicleta dá lugar a um disco de freio único centralizado, de pequeno diâmetro, instalado na parte superior da estrutura, próximo ao banco, logo atrás do motor. A corrente é trocada por uma outra mais curta, acoplada às engrenagens da esteira. E o cabo de freio traseiro é substituído por um mais curto.

O kit mais simples, destinado a iniciantes e adaptável a modelos a partir de de 110 cc, parte de US$ 2.000 (R$ 7.500, nos EUA). Os mais sofisticados, voltados para motos de 250 cc a 600 cc, dotados de esqui de três quilhas, suspensão dianteira e amortecedores redimensionados, estrutura reforçada de alumínio e outros itens, capazes de executar saltos e acrobacias, chegam a custar US$ 6.500 (R$ 24 mil) nos EUA.

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