Eu sou a lenda - A BMW R 1250 GS é ponto de honra para a fábrica alemã. O centenário motor boxer recebe melhorias continuamente e se torna um exemplo de tecnologia mecânica em uma arquitetura tradicional na marca
Por: Eduardo Viotti
A BMW se define como fabricante de veículos de luxo, com duas ou quatro rodas. No mundo das motocicletas, que têm em alemão o nome simpático de Motorrad (em alemão a pronúncia é motôrrad), o píncaro da marca e símbolo de aventura de longa distância é a BMW R 1250 GS. O modelo fez 40 anos em 2020 e em 21 completou a mesma idade da vitória de Hubert Auriol no Paris-Dakar em 1981, com a pioneira e célebre R 80 GS (também ganhou em 1983). Auriol morreu em janeiro deste ano, na França, de Covid 19.
A GS, (Gelände/Straße, ou terra e estrada, on-off road) tornou-se um ícone das longas viagens de aventura e exala tradição. Não a tradição preservada em design saudosista e visual retrô, nada disso. A tradição aqui é de desempenho, tecnologia e prazer de pilotar em sua melhor forma. A marca originalmente de Munique (produz motocicletas em Berlim) desenvolveu motores motociclísticos de um, dois, quatro e seis cilindros em linha, alguns em cooperação com parceiros como a chinesa Loncin, a indiana TVS e a austríaca Rotax, mas nunca abriu mão de seu lendário boxer. Afinal foi o propulsor original de dois cilindros contrapostos que elevou a marca ao patamar que atinge hoje, seduzindo o mundo todo a partir de 1923.
BOXER DELICIOSO
Ao dar a partida, o ronco típico dos boxer alemães é fascinante. Para quem é amante de BMW, é música fina. Muito torque, abundante em todas as faixas de rotação, e disposição para subir de giro. O flat twin de 1.250 cc com comando de válvulas variável é excepcional. O nível de vibrações diminuiu muito e a refrigeração a água dos cabeçotes, além de amenizá-las, reduz ruídos mecânicos e garante maiores (ainda…) robustez e durabilidade. E também é útil para atender às crescentes exigências dos programas –e leis– internacionais antipoluição.
A entrega de torque desse boxer é plana e o motor sobe de giros com facilidade. No modo Road (percorri algum trecho em Rain, pois enfrentei um bocado de chuva) e respeitando os limites legais de velocidade (120 km/h nas autopistas, mas com uma e outra acelerada mais vigorosa), ela marcava 5,5 litros por 100 km de média no computador de bordo, o que corresponde a 18,2 km por litro, ótimo consumo para o porte e performance da motocicleta. Com 30 litros no tanque, a versão Adventure tem autonomia para longas tocadas, em torno de até 500 km.
Com 136 cv máximos e toque de 14,6 “quilos” a 6.250 rpm, esbanja energia –e alegria. O sistema de comando de válvulas de admissão variável, chamado de ShiftCam pela marca, permite uma transição perfeita e progressiva das baixas às altas rotações.
Há tanta eletrônica embarcada que certamente algo esqueceremos de enumerar. A R 1250 GS tem muita coisa. A começar pelos sete modos de pilotagem, que buscam a melhor relação entre a entrega de potência do motor e a atuação dos controladores eletrônicos para cada condição de pilotagem. A escolha determina a atuação dos freios ABS com frenagem integral, a entrada do controle de tração dinâmico, resposta do acelerador, entrega de potência e torque, freio-motor (sim, a atuação da redução mecânica é controlável, principalmente para que a roda traseira não trave e não derrape em reduções intensas de marcha…). Para pilotar na terra, o controle de tração é comutável.
FAROL ADAPTATIVO
Ao inclinar a motocicleta em uma curva, uma luz se acende, com foco para o lado interno da curva, o que aumenta a visibilidade em viagens noturnas. O modelo testado, comemorativo dos 40 anos da GS, veio com faróis auxiliares de LED (todas as luzes são diodos), o que aumenta ainda mais a visibilidade à noite.
A GS também tem sistema para auxiliar a saída em ladeiras, que segura a moto ao detectar a partida em uma subida. Sensacional e muito efetivo, pois, se for preciso tirar o pé do pedal de freio traseiro, por qualquer razão, a moto começa a descer, mesmo com o freio dianteiro acionado…
O câmbio de seis marchas é nada menos que perfeito. Tem quick-shift para cima e para baixo. Você usa a embreagem de acionamento hidráulico só para parar e partir. A transmissão final por eixo cardã é confiável e suave.
O cardã é a primeira opção dos engenheiros quando se trata de motores com o virabrequim longitudinal ao chassi, caso dos boxer BMW, da Moto Guzzi, da Gold Wing…
O painel é ótimo, com um grande LCD colorido, supercompleto, com conectividade ao celular. A moto tem cruise-control e sistema de monitoramento da pressão dos pneus. A GS tem muito mais itens de conforto e segurança, como bancos e manoplas aquecidos, cavalete central, chave remota (keyless), preparação para GPS, tomada 12V.
Também na lista estão manetes ajustáveis, para-brisa ajustável, suporte para top case e para alforges rígidos, acendimento automático do farol (a moto tem luz diurna DRL) e do farol alto, piloto automático…Os motociclistas que se aventuram – e mesmo aqueles que apenas pretendem e sonham – preferem a BMW, questão de tradição e confiabilidade da marca. Ela é a maxitrail mais vendida no país (e no mundo), e com alguma folga. O desempenho do modelo justifica a preferência.
Para começar, o conjunto de suspensões, de ajustes eletrônicos, é excepcional e tem projeto exclusivo, com o sistema duplo A (double wishbone) de inspiração automotiva na dianteira e arquitetura de paralelogramo deformável na traseira. A BMW os chama de Telelever e Paralever, respectivamente. Na prática a leitura do piso é quase perfeita, mesmo em situações críticas, como “costelas de vaca” e pequenos saltos. Fascinante!
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Sou administrador da BMW 1.250 R. FISURADO para adquirir uma para CHAMAR DE MINHA BMW. Já têm alguns anos de junto dinheiro. QUERO UMA. AJUDE-ME QUEM PUDER. 67 992344884. MINHA PAIXÃO E MEU SONHO EM DUAS RODAS.