Black is beautiful - A Triumph Bonneville Bobber Black é uma clássica de estilo único e pilotagem deliciosa. Com 1.200 cc, é uma obra de arte muito veloz
As bobbers são mais antigas que as choppers em cerca de 30 anos. As primeiras são dos anos 30, as segundas surgiram no final dos anos 60. Ambos os termos designam motos recortadas, depenadas, modificadas. As bobbers são, entretanto, mais simples e autênticas: usam chassi original, em geral, e menos adereços comprados, cromados etc. Já as choppers usam, usualmente, garfos dianteiros alongados, muitas vezes com suspensão springer e quadros adaptados ou comprados prontos, muitas vezes rabo-duro, sem suspensão traseira.
A Triumph Bonneville Bobber Black surgiu no ano passado como uma versão fat (de pneu balão na dianteira) da Bonneville Bobber 1200 de 2016, que tinha aro 19 na frente e deixou de ser vendida no Brasil. A Bobber Black monta duas rodas de 16 polegadas de diâmetro, ambas com pneus ingleses Avon Cobra bem gorduchos. As rodas são raiadas, com raios cromados curtos e grossos em aros de alumínio também pretos. O visual é inaudito e inesperado: tipicamente o de uma custom fat, caprichado! Não há nada semelhante no mercado mundial…
Como o nome indica, esta versão da Bonneville T120 abdica de todos os cromados em prol de acabamento em preto fosco, muito bem executado. Sem banco para passageiro, ela é monoposto, e expõe a traseira, com o para-lama e a lanterna traseira fixados à balança. A impressão exata é a de que se trata efetivamente de uma rabo-duro, pois a balança traseira parece um prolongamento do quadro principal, inclusive usando tubos de aço de igual diâmetro. O conjunto mola/amortecedor fica instalado sob o selim, e é fixado ao quadro por link que desmultiplica o movimento. O curso de 7,7 cm é pequeno para trechos muito esburacados.
O garfo dianteiro é um Showa de cartucho, com 47 mm de diâmetro, convencional, com 9 cm de curso. As bengalas adotam sanfonas de borracha preta para proteção contra pó. Os freios são ótimos, da grife italiana Brembo, e em conjunto com os bons pneus, para a moto em espaços curtos.
A Bobber Black é boa de curva e permite tocada agressiva. O guidão quase reto induz a uma pegada esportiva, inclinada para a frente, com os joelhos em ângulo reto e os pés avançados. Os espelhos na ponta do guidão parecem que vão chocar-se com os retrovisores dos carros nos corredores do trânsito, mas isso não acontece, é só impressão.
Mas sua principal característica de estilo é o assento tipo selim, que tem regulagem de profundidade, permitindo ser posicionado mais para a frente ou para trás, de acordo com o tamanho do motociclista. Baixinho, a apenas 68 cm do solo, é uma linda peça, com acabamento impecável. Acomoda bem o piloto, mas não permite nenhuma variação de posição, o que em uma viagem de longas horas pode ser um problema. A moto também não oferece nenhuma possibilidade de levar bagagens…
A moto é toda estilosa: na lateral esquerda destaca-se a caixa de bateria fixa por uma cinta de aço cromada, e na direita, o miolo da ignição. Os corpos de injeção simulando carburadores são marca registrada das Bonneville, um detalhe de precisão estilística sensacional.
MOTOR E ELETRÔNICA
A família Bonneville T120 adota a maior e mais forte versão do bicilíndrico refrigerado a água (apesar das aletas que induzem a pensar que se trata de um motor arrefecido a ar). O radiador é bem estreito e fica envolto pelos tubos que formam o quadro de berço duplo. Quase invisível, reforça o aspecto vintage da motocicleta.
Esse bicilíndrico de 1,2 litro é muito forte: tem 77 cv de potência máxima a 6.100 rpm e um bem distribuído torque de 10,8 “quilos”, presente desde as rotações mais baixas, mas atingindo o pico aos 4.000 giros. Essa característica é, em parte, atribuída à ordem de ignição dos cilindros, a cada 270 graus do virabrequim. Os escapes em preto, são bem curtos e têm um ruído empolgante.
Esse motor tem acionamento por acelerador sem cabos, eletrônico, o que permite oferecer dois modos de pilotagem, Road (estrada) e Rain (chuva). No modo Rain, a entrega de potência é mais progressiva e controle de tração e sistema ABS são mais intrusivos. O controle de tração é comutável para a eventualidade de o piloto resolver sair arrastando pneus por aí…
O câmbio de seis velocidades tem engates precisos e delicados, facilitados por uma manete de embreagem bem macia, graças à uma assistência mecânica.
Com todas as luzes em LED, inclusive os piscas de corpos pretos bullet, a Triumph Bonneville Bobber Black é o máximo do estilo e exclusividade.
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Dá para levar bagagem sim, tanto na lateral, com alforges e afastadores originais Triumph, bem como sobre o paralamas traseiro, usando um bagageiro flutuante da Hepco & Becker estiloso.