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Continental GT

Atualizado: 15 de abr. de 2021

Clássica deliciosa e barata - A Continental GT é uma beldade de visual Café Racer ortodoxo, dirigibilidade amigável: user friendly! E o preço, convenhamos, é uma pechincha…

A Royal Enfield Continental GT é uma das motos mais bonitas à venda no Brasil. Tem estilo puro, incontestável, autêntico: é uma Café Racer. Parece ter sido feita artesanalmente por um bom customizador, mas seu projeto é do estúdio britânico Xenophya Design, a quem a marca indiana contratou para o design. O projeto de engenharia mecânica também é do Reino Unido, feito pela Harris Technology. A produção é na Índia. Juntas, essas empresas conseguiram embrulhar tecnologia mecânica moderna em um invólucro de tradição e estilo retrô. A fórmula é empolgante. O preço também: 26 mil reais na versão standard e 28 mil reais (frete incluso) pela versão cromada avaliada, chamada Mister Clean. Veja que a Royal Enfield não é, nunca foi e não parece que virá a ser anunciante desta publicação, mas olha, juro, se eu tivesse isso de grana para comprar uma moto hoje, seria esta: uma Continental GT.

A Royal Enfield é uma das mais antigas marcas britânicas. Começou na década de 1890 fabricando bicicletas, cortadores de grama e motores estacionários. A partir de 1901 começou a produzir motocicletas em Redditch, na Inglaterra. Em 1949, a empresa iniciou suas operações na Índia, dando início à produção de motocicletas por lá em 1957. Em 1970, os ingleses saíram do negócio. Em 1994, a marca foi absorvida pelo gigante indiano do setor automotivo, o Grupo Eicher.



A Royal Enfield lançou as suas 650 em 2018 no exterior –no Brasil, as motos chegaram em 2019.

As novas 650 da Royal Enfield têm equilíbrio invejável de acessibilidade, desempenho, estilo e diversão para fortalecer o interesse de uma nova geração de motociclistas. Elas têm comportamento surpreendentemente divertido, tanto para iniciantes como para pilotos experientes.

O chassi de berço duplo em aço é bem simples, como tudo o mais no modelo. Aqui, simplicidade é um adjetivo de valor positivo, típico das motos indianas de raiz.

Nas suspensões, um garfo convencional não ajustável de 41 mm na dianteira e dois amortecedores equipados com reservatório externo de gás, com regulagem na pré-carga da mola na traseira, mantêm as rodas muito bem coladas ao solo, copiando com galhardia as irregularidades do piso. O setup original de fábrica mostrou-se bastante satisfatório, atendendo na estrada de bom asfalto, na estrada esburacada e na chuva. Escolha acertada para o equilíbrio entre desempenho e conforto são as rodas raiadas de 18 polegadas na dianteira e na traseira, calçadas com pneus Pirelli Phantom Sportscomp 100/90 dianteiro e 130/70 traseiro. Além de tudo, contribuem para o visual “de época”.

O sistema de freios é composto por um só disco dianteiro de 320 mm, mordido por uma pinça ByBre (abreviação de “By Brembo” para designar produtos indianos da marca italiana) flutuante de dois pistões. Na traseira, um disco de 240 mm com pinça flutuante de pistão único. Os freios exibiram resposta inicial dócil e progressiva, de maneira a facilitar o uso por mãos menos experientes. E o ABS da Bosch nunca é excessivamente intrusivo, mesmo durante as frenagens simuladas de pânico ou entradas agressivas nas curvas.

A Continental GT utiliza semi-guidões fixos no garfo dianteiro. O banco rabeta é longo e bem acolchoado, com espaço suficiente para dois. Há opção de assento monoposto com rabeta em fibra colorida, mais bonita e esportiva.



Na Continental GT, as pedaleiras do piloto são recuadas, em aproximadamente 30 mm e elevadas em cerca de 15 mm em relação à irmã gêmea Interceptor.

A posição de pilotagem, naturalmente esportiva, é surpreendentemente adequada para longas viagens, que fizemos sem nenhum resquício de dor nas costas.

O motor é um pouco largo, pelo projeto bem convencional, e o piloto mais alto tende a encostar a parte interna do joelho direito no cabeçote. Cientes disso, os projetistas colocaram uma proteção bem sutil de aço que impede o contato. Uma solução inteligente.

Acionar o motor gêmeo com ignição a cada 270 graus resulta num estrondo rouco e compassado. A embreagem leve e fácil de usar, o torque bem aproveitável nas baixas rotações e a perfeita ação da caixa de marchas lembram o quão amigável é o motor e como é prazeroso e cativante o passeio com a Royal Enfield Continental GT 650.

A ficha técnica mostra 47 cv a 7.100 rpm e torque de 5,3 kgf.m a 4.000 rpm. São números pouco expressivos, que não revelam quão divertida é pilotagem dessa moto.

A entrega e distribuição do torque é agradável e ampla, com o motor atendendo bem em qualquer faixa de rotações em que você preferir mudar a marcha.

A Continental GT 650 é bastante econômica no consumo de combustível, com médias entre 22 km/l e 25 km/l na cidade e 30 km/l na estrada rodando dentro dos limites legais, fugindo das implacáveis multas.

Nehuma moto merece tanto o epíteto de Café Racer quanto a Continental GT (nome que chegou ao Brasil numa versão esporte das vetustas Classic, com 535 cc no motor e algo mais de desempenho). Bem, há as Triumph, também espetaculares Café Racers, mas que, maiores e mais sofisticadas, custam quase o dobro, ou mais… As Royal Enfield 650 são uma pechincha…



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