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Dafra Sym Netx 300

Por: Eduardo Viotti

Alternativa equipada - Com bom nível de equipamento, a Dafra Sym Next 300 é uma opção menos visada por ladrões, de bom desempenho e com boas soluções de motor e freios.

A chinesa de Taiwan Dafra Sym Next 300 tem sim condições de competir com as 250 monocilíndricas japonesas, especialmente a Honda CB 250F Twister e a Yamaha FZ-25 Fazer. Está certo que ela não é flex, ao contrário das rivais, e que o acabamento é inferior em qualidade de materiais e detalhes construtivos ao das japonesas, mas o motor –refrigerado a líquido– é mais potente, e o freio dianteiro tem pinça de montagem radial, detalhe que mesmo muitas motos de maior cilindrada não têm. O visual exuberante e o porte graúdo dessa motocicleta também impressionam os circunstantes por onde ela passa…

Um pouco das possibilidades de seu sucesso residem na robustez e confiabilidade, características que o nosso teste, de duração restrita a uma semana, não é capaz de aferir. O scooter Sym Citycom, do mesmo fabricante, tem dominado as ruas e conquistado um público fiel. Se a Next demonstrar as mesmas virtudes que o irmão de exatamente a mesma cilindrada, terá dado um grande passo no mercado. Também a Dafra, pertencente ao Grupo Itavema, tem dado passos cautelosos no complicado mercado brasileiro.

A Next tem preço sugerido pela fábrica de R$ 15,6 mil, mas no momento do fechamento desta edição, início de agosto de 2019, estava em promoção por R$ 14,4 mil, ambos valores com o frete incluso.

A Next deriva da Sym Wolf T3, mas no caminho para a nacionalização, perdeu os freios ABS, trocando-os por um sistema de freios combinados, denominado FH-CBS pela Dafra. O esquema conhecido: ao acionar apenas o freio traseiro, o dianteiro também será parcialmente acionado. É praxe agora entre as motos até 300 cc, mas só ajuda motociclistas neófitos, que não sabem modular a freada.

Os freios da Next merecem alguma atenção, por falar nisso. São ambos a disco, um na frente, de 28,7 cm, mordido por uma pinça de dois pistões de montagem radial, luxo que até motos de maior cilindrada desconhecem. O disco traseiro tem pinça de pistão único, e 22 cm de diâmetro. A vantagem da pinça ou cáliper ter fixação radial é que a força de torção que a peça suporta é transferida exatamente para o eixo da roda e não para a bengala da suspensão, como nos sistemas de montagem axial. Menos torções na suspensão, frenagens mais precisas, sem distorções de trajetória; mais durabilidade de retentores, bengalas etc.

O visual geral é bem chamativo, especialmente na versão vermelha. Um elemento destacado na composição do design é o spoiler inferior, que recobre a parte inferior do chassi e parte do escapamento. Tem quem goste e quem não goste. Eu preferiria se fosse preto.


MOTOR BEM FORTE

Um ponto bastante positivo do modelo é o seu motor, o único refrigerado a água do segmento, e também o mais forte dentre os rivais diretos. Tem 278 cc de cilindrada e desenvolve 27 cv a 7.900 rpm. O torque máximo é de 2,65 kgf.m a 6.500 giros. Para efeito de comparação, também usando gasolina, o motor da Twister, que é um 249,5 cc, tem 22,4 cv de potência e 2,24 “quilos” de torque. A Yamaha Fazer tem iguais 249,5 cc, 21,3 cv e 2,1 kgf.m. Ambas as japonesas são refrigeradas a ar e bicombustível.

O câmbio de seis velocidades tem engates precisos, sem problemas. A distância entre as marchas também é correta.

A Dafra divulga uma autonomia de 39,9 km por litro, mas na nossa mão a Next percorreu algo entre 19 km/l e 32 km/l, dependendo da situação e do peso do punho direito.

Uma sensação estranha que a gente sente logo no primeiro contato com o modelo é a de que ele é muito mais pesado do que se espera. É mesmo.

Ela declara 165 kg, 16 kg acima da Fazer e 28 kg a mais que a Twister, em peso seco. Quando em movimento, não se sente, mas em manobrinhas paradas chega a fazer uma bela diferença.


CHASSI REFORÇADO

Parte desse peso deve ser certamente creditada ao chassi da Next, em tubos de aço de bom diâmetro e espessura, concessão à robustez.

A suspensão dianteira é um garfo telescópico convencional igualmente robusto, sem regulagens (normal na categoria), com 12,5 cm de curso. Na traseira, um conjunto mola/amortecedor ligado diretamente a uma balança de tubos de aço de seção retangular oferece um curso de 11 cm. A moto é boa de curvas, e parte dessa estabilidade deve ser creditada aos excelentes pneus Pirelli Diablo Rosso que a equipam, nas medidas 110/70 na frente e 130/70 atrás.

As rodas, de alumínio pintado de preto, são aro 17” e têm cinco raios curvos, em um desenho já conhecido, mas ainda bacana. O aspecto delas é até discreto, mas faixas adesivas vermelhas delineando os aros e o miolo de ambos os discos de freio, dianteiro e traseiro, igualmente em vermelho, tornam o aspecto um tanto rebuscado. Também são na vibrante cor da moto o para-lama dianteiro –bem desenhado, envolvente–, a alça para apoio de garupa e amarração de bagagens e a pequena carenagem em forma de coroa à frente dos instrumentos.

O painel, em LCD retangular com conta-giros analógico em mostrador redondo, tem bom nível de informações para a categoria, com relógio, marcha em uso, odômetros etc. Banco bipartido e ergonomia são corretos e confortáveis, mesmo em viagens mais longas. Com um pouquinho mais de apuro no acabamento e se a confiabilidade do Citycom se repetir aqui, a Next é uma boa opção.



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