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De olho no mito! Usada Harley-Davidson Fat Boy

Atualizado: 11 de ago. de 2020

Veja o que verificar na hora de comprar uma mitológica Harley-Davidson Fat Boy – do modelo antigo

Por: Guilherme Silveira

Lançada em 1990 como integrante da família Softail, a Harley-Davidson Fat Boy se tornou icônica em pouco tempo. Tanto pelo design bem encorpado e forte, como pelas rodas fechadas – sem raios – e a frente com farol grande e parrudo.

Além do design singular, a Fat ganhou notoriedade e fama de robusta logo no ano seguinte, quando estrelou o longa “Exterminador do Futuro 2”, de 1991, com Arnold Schwarzenegger “deitando o cabelo” a bordo de um exemplar novinho – inclusive com porta-espingarda.

Mas e na vida real, será que a H-D Fat Boy é de fato tão robusta quanto aparenta? Moto Premium procurou experientes mecânicos para responder essa questão. O que se tem, de entrada, é que, de maneira geral, é uma moto que costuma ser bem cuidada. Nesta seção “Usadas” abordamos apenas os modelos seminovos e com o motor V2 de 1.600 cc encontrados no Brasil, produzidos até 2017, quando o modelo recebeu mudanças significativas.

Monstro de aço



Encontrada à venda entre 2000 e 2008, a Softail Fat Boy pode ser achada por valores entre R$ 28 mil e R$ 40 mil sem maiores pesquisas, em sites próprios para venda de veículos na Internet. Na maioria dos exemplares, o “perfil” é muito bom: motos com quilometragem relativamente baixa, bem cuidadas, e quase sempre equipadas.

Segundo Mantovani, da B&G Motos de São Paulo, “os acessórios Harley-Davidson, normalmente caros, podem ajudar na venda da moto; não necessariamente no preço, mas sim na liquidez. Mas, se houver acessórios em excesso, podem até mesmo afugentar clientes, por tornarem a moto muito personalizada, ou naquelas vezes em que o dono quer o retorno de tudo que gastou neles”, completa.

Portanto, não pague a mais por acessórios que são a gosto do ex-dono. Uma boa dica é pedir para o proprietário retirá-los, vendê-los em separado e descontar do valor da moto, dependendo do caso – e do “peso” dos acessórios.

Em relação à manutenção, motor e transmissão, que usam lubrificantes em separado, mostram longevidade e robustez, desde que sejam tomados cuidados com a troca dos lubrificantes.

Segundo Alex Bongiovanni, da Officine Moto, de São Paulo, “como é um motor refrigerado a ar, que funciona bastante quente no nosso clima, eu recomendo trocar o óleo a cada 5 mil quilômetros no máximo, sempre realizando a troca do elemento filtrante.

Para a transmissão primária, que agrega a embreagem, o especialista afirma que o ideal é trocar o lubrificante a cada 10 mil km, enquanto a caixa secundária (com as engrenagens do câmbio) suporta troca do óleo a cada intervalo de 30 mil km. Já em relação à correia de borracha da transmissão final, o ideal é lubrificá-la com spray de silicone próprio, de maneira a evitar seu ressecamento prematuro.

Embora seja ótimo achar motos com baixíssima quilometragem, fique atento: a falta de rodagem (se acompanhada da falta de manutenção), pode acarretar problemas no sistema ABS dos freios das Fat Boy. O fluido de freio, que normalmente absorve água ao longo do tempo, pode vir a formar uma borra, o que ocasiona o travamento do manete ou pedal de freio.



Bongiovanni explica que, dependendo do caso, mesmo com limpeza extrema, o módulo do ABS não volta a funcionar direito, o que indica a sua substituição. Troca do fluido de freio é, portanto, indispensável uma vez ao ano, para evitar tal tipo de dor-de-cabeça.

Outro ponto a merecer atenção nos modelos usados pode vir a ocorrer no rolamento de roda traseiro. Por ter um sistema de freio com apenas um disco na dianteira, mas um pedal (e peso traseiro) igualmente muito grandes, não é raro que o motociclista se “pendure” no freio traseiro. Essa prática causa a fadiga do rolamento da roda, peça que também trabalha como roda fônica (sensor) do freio ABS. Dependendo do caso, o rolamento pode até quebrar e causar o travamento do freio.

Em relação à parte elétrica, evite direcionar jato de água diretamente no painel de instrumentos durante a lavagem.

O ideal é cobri-lo com plástico no processo de limpeza, para evitar a entrada de umidade, que pode queimar a “placa” das luzes espia. Tal problema foi inteiramente solucionado nos modelos novos, de 1.800 cm³.

De resto, é uma moto que, quando bem cuidada – e utilizada regularmente – é robusta e muito notada por onde quer que passe. Se vier a adquirir uma Fat Boy – assim como outras Harley-Davidson – é interessante checar o aperto de todos os parafusos. Merecem atenção especial os de ancoragem do motor e câmbio, que podem inclusive ter garantido o aperto com trava-rosca.

Afinal de contas, um dos prazeres de rodar com uma Harley-Davidson é o funcionamento torcudo e “vibrante” do motorzão V-2, além do status da marca, de produto de luxo. Para garantir esse prazer genuinamente norte-americano é preciso juízo e especialmente manutenção em dia.

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