Charme temperamental - A Ducati Scrambler Icon tem o encanto de um final de semana de sol na Toscana, ou na Costa Amalfitana… Mas não é só isso: ela tem o desempenho de uma fera!
Por: Eduardo Viotti
A Ducati lançou a Scrambler com muito alarde e promoção há alguns anos, com ambientação especial, boutiques próprias, uma estratégia de marketing, de design e colorida, toda dedicada aos jovens, especialmente aos hipsters e sua onda neo retrô.
Na Europa, a ideia teve ótima aceitação e a família cresceu, com versões ligeiramente diferenciadas: Icon, Urban Enduro, Classic e Full Throttle. Para o Brasil restou apenas a Icon, a amarelinha mais característica do estilo marcante.
Ela é uma espécie de gracinha brava, tipo aquela garota bonitinha que tem personalidade forte e impetuosa, hehehe! Pequena e simpática por fora, com reminiscências retrô, a Ducati Scrambler é uma surpresa agradável na hora de acelerar. Anda muito, muito! Acelera com agressividade, faz curvas como uma esportiva e revela todo o intenso temperamento italiano oculto sob a cabeleira loirinha, kkkkk!
E além disso, como uma Scrambler que é, ainda permite diversão em um fora de estrada leve, tipo uma estradinha de terra para chegar à praia deserta ou à montanha isolada. As scramblers eram as motocicletas de rua dos anos 60 e início dos 70 que recebiam adaptações para remexer a terra: eram depenadas, ganhavam guidões mais largos, escapes altos etc. Logo as fábricas européias e depois também as japonesas aderiram à essa moda e acolheram a denominação. A Ducati Scrambler evoca esse espírito, digamos, californiano: meio rebelde, descompromissado e charmoso…
TEMPERAMENTO
Mas o temperamento italiano não dá para disfarçar. Ela é superexplosiva, o que não chega a ser uma surpresa total quando se fala de Ducati, mesmo nessa versão de entrada na prestigiosa marca bolonhesa. Fico imaginando como deve voar a versão 1.100 cc que circula na Europa e nos EUA –e logo deve substituir esta daqui. Vixe…
Ela é empurrada por um V2 a 90º com 73 cv de potência máxima a 8.250 rpm e pico de torque de 6,9 “quilos” a 5.750 giros. Com peso seco de 173 kg, ela é bem leve para essa cavalaria. Esse motor tem refrigeração a ar com radiador de óleo e comando de válvulas (duas por cilindro) desmodrômico, típico da marca. Esse comando abre e fecha as válvulas mecanicamente, evitando a chamada flutuação de válvulas em rotações elevadas, que pode ser danosa. Além disso, permite uma subida de giros incrível, que caracteriza a agressividade dessas sensacionais máquinas italianas.
TRELIÇA
Outra marca registrada da Ducati é o requintado projeto de quadros, em treliça de tubos de aço de pouco diâmetro. O chassi usa o bloco do motor como elemento estrutural e a própria balança traseira, de alumínio, é fixada a ele.
As suspensões –e quase todos os componentes ditos agregados– são de grife, algumas italianas, outras japonesas. O garfo dianteiro invertido, totalmente ajustável, de 41 mm de diâmetro e 15 cm de curso é da Kayaba, bem como o conjunto mola/amortecedor traseiro, ajustável em pré-carga da mola e em compressão e retorno de amortecimento. Atrás, o curso na roda é também de 15 cm. As suspensões mantêm o pneu grudado ao solo e absorvem bem as irregularidades. Apesar de não ser um modelo planejado para longas viagens (não tem lugar para bagagens), é muito confortável e acomoda bem a garupa.
O guidão, largo e alto, força um pouquinho o posicionamento aberto dos braços, mas uma regulagem simples e intuitiva deve ajudar muito.
O motor é elástico, permitindo uma tocada calma se essa for a sua pegada, mas é também uma mina de adrenalina se você deixar o giro subir e a roda dianteira levantar de leve. É um canhão. Tem seu preço: a autonomia pode variar de 16 a 20 km com um litro.
Detê-la é tarefa para um conjunto de pinças Brembo, com quatro pistões na frente e um atrás, mordendo discos de 33 cm na frente e 24,5 cm respectivamente. O ABS é Bosch Cornering, permitindo a ousadia de frear em curvas.
Os pneu sem câmara Pirelli Scorpion Rally STR, montados em aros 19 na frente e 17 atrás, seguram a parada e também as curvas. São “gordinhos” e compõem o visual retrô do modelo. As rodas Marchesini de liga leve são elegantes, pintadas em preto, com detalhe diamantado nos raios.
O painel é minimalista, um copinho bem simples contendo um LCD com bom nível de informações e um contagiros de fita quase invisível. Mas está lá, bem como o indicador de marchas, relógio etc. A iluminação é full LED, com luz diurna DRL no farol. Sob o banco, há um compartimento com tomada USB para o carregamento de celulares.
A Ducati Scrambler custa cerca de 65 mil reais e repõe em emoção e charme cada um desses –muitos– reais.
SAIBA MAIS SOBRE ESSA MOTO NO MOTO PREMIUM TV:
ความคิดเห็น