A Harley-Davidson Softail Fat Boy fala à alma do motociclismo ao estilo norte-americano. Forte, intensa, jamais passa desapercebida…
Por: Eduardo Viotti
A Harley-Davidson Fat Boy 114 continua impressionante e incorporou ao estilo icônico um bocado de tecnologia e engenharia mecânica de qualidade. Nessa versão 2022 ela conseguiu um equilíbrio ideal entre o uso intensivo de cromados e de acabamento preto, refletindo em uma composição de extremo bom gosto.
A Fat Boy surgiu em 1989 como modelo 1990, fruto de um projeto dos lendários designers Willie G. Davidson e Louie Netz. O adjetivo fat é atribuído às todas as versões de motos custom (ou cruiser, como as chamam os norte-americanos) que têm pneus de largo diâmetro, especialmente na frente (com 160 mm, é o maior pneu dianteiro já montado em uma H-D). Daí o nome, acentuado pelas rechonchudas e anabolizadas proporções do modelo de 30 anos… Há outros casos na casa, como a também Softail Fat Bob.
Os tais pneus fat são montados em rodas fechadas, chamadas Lakester, maciças, que perderam os furos que tinham na versão anterior e ganharam relevos em formas de raios.
As rodas fechadas são uma das marcas visuais consagradas pelo modelo, ao lado da moldura de farol integrada às beer cans (latas de cerveja em tradução livre), as coberturas metálicas das bengalas. Nessa versão, apresentada inicialmente em 2018, a Fat Boy perdeu as sobrancelhas (ou aspas) que ladeavam o farol. Mas o modelo mantém a aura de musculoso, entroncado, com guidão bem largo e postura de pilotagem ereta e relaxada.
A linha Softail, à qual pertence a Fat Boy, foi inteiramente remodelada em 2018, ganhando novos chassi, motores, freios e acessórios de acabamento. A Fat Boy, ao contrário de algumas de suas irmãs de linha, continua abusando dos cromados acetinados (da mais alta qualidade, diga-se). Nesta versão 2022, equilibra com harmonia cromados acetinados, sem exageros, e acabamentos em preto. Elegante.
A dirigibilidade dessa família de suspensão traseira monoamortecida evoluiu muito então. A Fat Boy, especificamente sofre um pouco no slalon por causa dos pneus muito largos, especialmente o exagerado 240 traseiro, que exige um bocado de força de vontade (e muscular) para manter a moto na trajetória em curvas de alta velocidade. Concessões da dirigibilidade ao estilo… Mesmo nas curvas de baixa, os 24 cm de banda de rodagem atrás proporcionam um desempenho meio “viril” , com o modelo resistindo a inclinar-se –e então tombando de uma vez. Se você tiver uma moto dessas, vai se acostumar rapidamente, mas para quem chega é bem diferente. Em compensação, as frenagens são excepcionais, graças não só à vasta área de contato com o chão, mas também aos discos de freio, um na frente e um atrás. O dianteiro é alicatado por pinças quádruplas de fixação axial e o traseiro, por uma pinça de dois pistões.
MÚSICA MECÂNICA
O motor V2 Milwaukee-Eight (referência às 8 válvulas e à terra natal da Harley) 114 traz balanceiros no virabrequim que reduzem as vibrações do V2 a 45 graus, parafusado diretamente ao quadro. As acelerações são brutais.
A marca não divulga a potência, mas o torque de 15,8 kgf.m a 3.000 giros é de dar torcicolo. Em saídas de farol e retomadas, não tem para ninguém… Além disso, esse V- -Twin de quase 1,9 litro soa como música aos ouvidos de um amante das custom, com sua batida grave e compassada.
A iluminação é em LEDs e o farol parece o de uma locomotiva de tão forte, com design bem atual, quadrado por fora e redondo por dentro. O painel, sobre o tanque e com a tradicional barra que o liga ao assento, é um mostrador redondo com velocímetro analógico e um pequeno LCD com várias informações, além de luzes-espia.
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