Meio-médio ligeiras: Honda renova e incrementa a sua Twister para assegurar a liderança diante da Yamaha FZ 250 e das newcomers indianas…
Por: Eduardo Viotti
A Honda joga para ganhar e lançou a CB 300F Twister para ocupar o lugar da versão 250 que já liderava o segmento, mas começava a sentir a presenca da Yamaha FZ25 Fazer 250 nos calcanhares. O lançamento da CB 300F é oportuno, visando ampliar a liderança num segmento altamente rentável e de grande volume. Afinal, é para as 250/300 que migra a legião de motociclistas que parte das pequenas utilitárias e familiares 110/125/150/160, que juntas representam algo em torno de 80% do mercado.
De acordo com a pesquisa da Fipe/USP para fevereiro de 2023, a nova CB 300 estava saindo para o consumidor por R$ 21.039,00 (preço sugerido pela montadora, PPS, de R$ 19.800,00, mais frete). A Yamaha FZ25 foi encontrada pelos pesquisadores do instituto por R$ 24.197,00 (PPS de R$ 21.490,00, mais frete). Aparentemente ilógica, essa comparação de preços médios deve se alterar nos próximos meses, com a estabilização entre oferta e demanda no mercado.
A Honda CB 300F Twister é uma evolução da antecessora, da qual herda motor, que teve o diâmetro do pistão ampliado em 6 mm, passando de 71 mm para 77 mm. O curso do pistão foi mantido em 63 mm. Mudar o curso do pistão implicaria em novo virabrequim e bielas, entre outros componentes, o que tornaria o redesenho muito mais profundo. O motor com diâmetro do cilindro maior que o curso chama-se superquadrado e favorece a entrega de potência em rotações mais altas, ainda mais com o cabeçote de 4 válvulas, acionadas no caso por um só eixo-comando. Com a alteração, a potência da CB passou de 22,6 cv a 24,7 cv (2,1 cv a mais), a 7.500 rpm, e o torque foi de 2,28 kgf. para 2,6 kgf.m a 5.500 rpm.
Na rival FZ25, cujo motor é 45,5 cm3 menor que o da CB, a potência máxima, atingida a 8 mil giros, é de 21,5 cv e o pico de torque, que chega às 6,5 mil rotações, é de 2,2 kgf.m. Na vida real, a diferença é muito sutil, com ligeira vantagem para as respostas em baixas e médias da Honda.
ABS de dois canais em ambas e discos bem dimensionados . Balanças traseiras de aço e capas de ponteira bem desenhada
A média de consumo de ambas, por exemplo, foi muito semelhante, em redor dos 30 km por litro, cidade e estrada. Na estrada, a Twister se vale de uma 6ª marcha, ausente na concorrente FZ, que mantém apenas 5. Também parelha é a velocidade máxima real de ambas, ao redor de 140 km/h, indicando ali no velocímetro algo em torno de 150 km/h.
A marcha a mais – no caso a sexta marcha da Honda Twister– é uma exigência muito requisitada pelos consumidores dessa faixa de produtos, que procuram por esse tipo de diferencial para se orgulhar da tecnologia que cavalgam.
Na verdade, se houver um adequado escalonamento das engrenagens do câmbio, a diferença não é tão importante assim e é muito pouco notada numa pilotagem urbana.
MODERNIDADE
Visualmente, a Twister 250 perdia da Yamaha FZ, até então mais moderna e avançada em design e visual. A CB 300F virou a mesa e não só ganhou em modernidade e porte, como em imponência (e mesmo eficiência), com a adoção de um novo garfo dianteiro e de pneus mais parrudos.
As bengalas, agora com 41 mm de diâmetro da CB 300, o mesmo tamanho dos já utilizados na rival Yamaha Fazer, encorpam a moto e oferecem excelente desempenho.
A Twister 250 montava amortecedores dianteiros com 37 mm de diâmetro no tubo interno. O curso na roda da frente é de 130 mm em ambas as motocicletas avaliadas.
Nas duas a suspensão traseira é monoamortecida, com regulagem de pré-carga da mola. Tem 120 mm de curso na Honda (era 108 mm na CB 250F) e também na Yamaha.
Os freios têm ABS nas duas rodas nas versões avaliadas (a Honda oferece versão CBS com freios combinados, sem ABS) e também são muito equivalentes. O disco dianteiro da Yamaha FZ25 tem diâmetro 6 mm maior que o da CB300, com 282 mm contra 276 mm. Já o traseiro é idêntico em tamanho, com 220 mm de diâmetro. As frenagens são muito eficientes e seguras, com sistemas de apoio eletrônico modernos e seguros.
A frenagem também depende dos pneus, e a Honda aumentou os seus: a Twister agora calça um 110/70 na frente e um –largo para a cilindrada– 150/60 na traseira. A Yamaha vem com pneu 100/80 na dianteira e 140/70 atrás. Veja que, com a relação entre largura da banda de rodagem e altura dos ombros, os perímetros (o diâmetro final) se equivalem. As rodas, de 17 polegadas em ambas, são de liga e montam pneus sem câmaras.
A novidade da Honda é a adoção de pneus radiais em seu modelo médio. Os radiais Pirelli Diablo Rosso III da CB são mais eficientes em projeto que os diagonais Pirelli Sport Demon adotados na FZ. É difícil notar a diferença em uma pilotagem civil pelas ruas e estradas, mas ela certamente existe, com vantagem para os pneumáticos que têm
as “lonas” internas dispostas radialmente.
A nova Honda tem iluminação full LED e a Yamaha mantém lâmpadas incandescentes apenas nos piscas. O projetor de luz frontal da FZ é muito eficiente em iluminação, permitindo viagens noturnas com mais segurança.
O painel de ambas é em LCD monocromático e agora têm computador de bordo com consumo médio, o que é sensacional. Ambos oferecem boa leitura e um nível de informação pra lá de satisfatório. O da Honda, de fundo escuro, é mais bonito e traz indicador de marcha em uso, recurso bem útil. A tomada USB da Honda é um ponto a favor.
Ficha CB300
Papo Reto CB300
MOTOR 8
Forte e com excelente entrega de força em todas as faixas de giro para a cilindrada
CHASSI 8
Em tubos de aço, diamond, é bem equilibrado e não torce
CÂMBIO 9
As 6 marchas são uma demanda do segmento e representam bom diferencial
SUSPENSÃO 8
Ficou mais forte e equiparou-se à concorrente direta
FREIOS 8
Discos de bom diâmetro. Ao lado de bons pneus radiais garantem frenagens seguras
Vida a dois CB
VISUAL 9
A moto ganhou em aspecto e imponência com tanque recoberto por carenagens
TOCADA 9
Ótimo torque em baixas rotações, respostas prontas e disposição para subir de giro
SEGURANÇA 9
Freios progressivos, firmes na versão ABS, com excelentes pneus radiais Pirelli Diablo Rosso III
MERCADO 9
A Honda já liderava, mas não quis arriscar-se na rentável faixa das médias
CONCORRENTES 8
A Yamaha FZ25 é forte no segmento e ambas esperam o crescimento das indianas Royal Enfield e Bajaj.
Cool
Novo desenho, bem mais atual e anguloso, com tanque plástico sob carenagens. Pneus radiais são bacanas
Oops!
A chave de ignição é muito espartana para a proposta ambiciosa do modelo. Deve se tornar vítima de roubos
HONDA CB 300F
R$ 21.039,00 (FIPE 02/23)
Boletim: 8,9
DIMENSÕES
Comprimento (cm): 208,4
Alt./larg. (cm): 107,5/75,5
Entre-eixos (cm): 139
Peso (seco, kg): 139
Alt. do assento (cm): 78.9
Tanque (l): 14,1
MOTOR
1 cilindro/295,5 cc/SOHC/refrigeração a ar
Alimentação: injeção eletrônica
Ignição: eletrônica digital
Partida: elétrica
Diâm/curso (mm): 77/63
Taxa de compressão: 9,3:1
Potência (cv/rpm): 24,7/7.500
Torque (kgf.m/rpm): 2,61/5.500
CÂMBIO
6 velocidades, transmissão final por corrente
CHASSI
Quadro: tubular de aço com motor integrado à estrutura (diamond)
SUSPENSÃO
Dianteira: garfo hidráulico com curso de 130 mm Traseira: balança de aço com monoamortecedor central, curso de 120 mm
FREIOS
Dianteiro: disco de 276 mm com pinça de 2 pistões e ABS
Traseiro: disco de 220 mm de diâmetro com ABS
PNEUS
Dianteiro: 110/70 - 17
Traseiro: 150/60 - 17
Ficha FZ25
Papo Reto FZ25
MOTOR 9
Flex, tem boa distribuição de torque e muita economia de combustível
CHASSI 9
Bem projetado, com bom compromisso entre rigidez e o desempenho do conjunto
CÂMBIO 9
Com 5 marchas, engates justos, precisos. Bem escalonado entre as marchas, macio
SUSPENSÃO 9
Amortecedores e molas traseiros e dianteiros reforçados e espessos, eficientes
FREIOS 9
Nissin, bem dimensionados para o peso do modelo, com progressividade e eficiência
Papo reto FZ25
MOTOR 9
Flex, tem boa distribuição de torque e muita economia de combustível
CHASSI 9
Bem projetado, com bom compromisso entre rigidez e o desempenho do conjunto
CÂMBIO 9
Com 5 marchas, engates justos, precisos. Bem escalonado entre as marchas, macio
SUSPENSÃO 9
Amortecedores e molas traseiros e dianteiros reforçados e espessos, eficientes
FREIOS 9
Nissin, bem dimensionados para o peso do modelo, com progressividade e eficiência
Vida a dois FZ25
VISUAL 9
A moto é atraente, moderna, parece ter maior cilindrada e tem aspecto jovial, agressivo
TOCADA 9
Muito agradável, para a cilindrada. Estabilidade surpreendente e postura ergonômica
SEGURANÇA 9
Freios progressivos, firmes, com excelentes pneus diagonais Pirelli Sport Demon
MERCADO 9
A Yamaha tem especial carinho pela faixa de quarto de litro, em que tem boa presença
CONCORRENTES 8
A Honda CB Twister é a líder do segmento, e se reforçou para manter a liderança
YAMAHA FZ25
R$ 24.197,00 (FIPE 02/23)
Boletim: 8,7
DIMENSÕES
Comprimento (cm): 201,5
Alt./larg. (cm): 107/77
Entre-eixos (cm): 136
Peso em ordem de marcha
(kg): 149
Alt. do assento (cm): 79
Tanque (l): 14
MOTOR
1 cilindro / 249,5 cc / OHC / 2 válvulas/refrigeração a ar
Alimentação: injeção eletrônica
Ignição: eletrônica digital
Partida: elétrica
Diâm/curso (mm): 74/58
Taxa de compressão: 9,8:1
Potência (cv a rpm): 21,3 (21,5 com etanol)/8.000
Torque (kgf.m a rpm): 2,1/6.500
CÂMBIO
5 marchas, transmissão por Corrente
CHASSI
Quadro: dupla viga de liga de alumínio extrudado
SUSPENSÃO
Dianteira: garfo telescópico com 41mm de diâmetro, com 130 mm de curso
Traseira: balança bilateral com monoamortecedor regulável na pré-carga da mola, com 120 mm de curso
FREIOS
Dianteiro: disco único de 282 mm de diâmetro com pinça Nissin de 2 pistões e ABS
Traseiro: disco único com 220 mm de diâmetro com pinça Nissin de pistão simples e ABS
PNEUS
Dianteiro: 100/80- 17
Traseiro: 140/70– 17
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