Por: Guilherme Silveira
Duke - 200 CC de adrenalina. A KTM 200 Duke ganha freios ABS, oferece acabamento sofisticado e ciclística de superesportiva!
Porta de entrada da marca austríaca KTM, a indiana Duke 200 passa a trazer sistema de freios ABS. Apesar de estar presente apenas na dianteira, o sistema agradou pela precisão de atuação. E a moto, apesar de não ter mudado visualmente em relação à versão anterior o que já aconteceu com a nova Duke 250, disponível para alguns países vizinhos– manteve um preço convidativo, de R$ 17.990,00. Segundo a Fipe, o valor médio praticado é de R$ 16,7 mil (agosto de 2019), ainda mais atraente.
Moto Premium rodou com a pequena naked por ruas e estradas, e conta para você o que achou da KTM mais acessível no mercado brasileiro.
Apesar da proposta econômica, é uma legítima ready to race. Em estabilidade é superior, graças ao chassi, à suspensão e aos pneus Pirelli Diablo Rosso 2, excelentes. O padrão de qualidade dos componentes agregados e do acabamento em geral é muito elevado para o segmento.
NERVOSINHA
Dona de um porte compacto e musculoso, a Duke 200 chama atenção pelo bom acabamento e montagem das peças plásticas e mecânicas. Os comandos dos punhos chamam atenção pela retro-iluminação por LED, detalhe de acabamento caprichado, incomum mesmo em motos maiores.
Toda a ciclística da pequena KTM, composta por chassi tubular, suspensões da grife WP, quadro elástico em liga e pinça de freio dianteira de fixação radial, é muito superior à de suas rivais de categoria e faixa de preço.
A balança traseira de alumínio em estrutura nervurada é exemplar e auxilia no baixo peso de 129,5 kg (a seco).
O escapamento fica sob o motor e, embora não seja dos mais belos, sua construção auxilia a manter baixo o centro de gravidade. Seu ruído é rouco e instigante. Para atender às normas brasileiras de emissão de ruídos, adquiriu no país um estranho apêndice tubular que se projeta da ponteira. Apesar de pintado em preto fosco, ficou feio.
Mesmo com o guidão –cônico de alumínio– típico de uma moto urbana, a posição de pilotagem é esportiva e instiga a uma tocada intensa; a empunhadura é ligeiramente deslocada à frente, enquanto as pedaleiras são recuadas.
O banco é duplo, com assento largo e de boa aderência, mas falta certa densidade na espuma, oferecendo razoável dose de conforto. A garupa elevada é típica de esportivas, e conta com alças de alumínio largas para apoio.
O tanque aparenta ser maior, por conta da capa plástica que o envolve, e comporta 9,5 litros. Com tampa do tipo aeronáutica, proporciona bom encaixe das pernas. O consumo médio acima dos 25 km por litro permite autonomia de cerca de 200 km, suficiente para viagens de qualquer curso.
Painel muito completo em LCD com tratamento antirreflexo agrada e traz inclusive medição de consumo médio e instantâneo, autonomia restante e indicador de marcha, mas o conta-giros com barras é pequeno. Um shift light superior indica a rotação programada para as trocas de marchas do câmbio de 6 velocidades, macio, preciso e bem escalonado. Lanterna traseira e piscas em LED, mas farol e luz de posição frontal são convencionais.
PEQUENA GRANDE MÁQUINA
Apesar de ser um motor pequeno, com exatos 199,5 cm³, o monocilíndrico tem alto rendimento e oferece 26 cv a 10.000 rpm. Com cabeçote de quatro válvulas e duplo comando, traz refrigeração a líquido, o que é pouco comum no segmento, e gosta de girar alto: o torque máximo, de 1,96 kgf.m, aparece apenas a 8.000 rpm.
Nessa rotação, em sexta marcha, ela está a 100 km/h, o que em rodovias, cansa um pouco. Tanto pelo ruído, como pela vibração que se acentua acima desta velocidade.
Quando comparada à Honda e a Dafra, a KTM mostra mais capricho nos detalhes e componentes de maior qualidade e prestígio, como as bengalas WP upside down (marca da própria KTM) de 43 mm de diâmetro na dianteira.
A Duke tem menor vocação que as rivais para longas viagens por auto-estradas. Na cidade, a pequena Duke se sai bem, mas no trânsito muito pesado, o esterço limitado do guidão é uma desvantagem. A suspensão firme, com garfo invertido e monoamortecimento traseiro também WP, prefere pisos bons. Generosos freios a disco da Bybre, braço para motos menores da grife italiana Brembo, mostram potência e boa modulação quando solicitados.
O disco dianteiro de 300 mm, mordido por pinça radial de quatro pistões sobra… O ABS dianteiro, em piso ruim, pode assustar, pois alonga a distância até a imobilização.
O freio traseiro a disco de 230 mm e pinça axial de pistão único, por sua vez, é potente e poderia ter vindo com ABS. É bem verdade que a estratégia foi interessante: se houvesse ABS também atrás, dificilmente o preço seria tão atraente; a menor das Duke custa hoje apenas 1 mil reais a mais do que quando chegou ao mercado, em 2015.
EM SUMA...
Mesmo mantendo o design há quatro anos, a 200 se destaca. Tanto pelo projeto e acabamento diferenciados, como pelo “pavio curto”. Ela realmente prefere giro alto e é a dose certa para quem gosta de adrenalina em pequenos frascos.
Nesta pequena naked esportiva, duro mesmo é andar devagar. O motor pede para girar, e a ciclística acertada permite ir além do que as suas concorrentes mais “tradicionais” alcançam. Especialmente se for em uma serrinha travada de curvas, habitat natural desta provocante indo-austríaca.
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