Aos poucos, as competições esportivas, inclusive as de moto, estão retomando as atividades em todo o mundo. Embora o momento ainda exija muita atenção e cuidado devido à pandemia, já é possível acompanhar grandes pilotos em ação. Para isso ser possível, muita coisa precisou ser ajustada. A primeira delas é a obrigatoriedade do uso de máscara por todos que estão nos eventos. Seguindo os novos protocolos de segurança, regras de distanciamento social, monitoramento das condições de saúde, limpeza dos ambientes e higiene pessoal foram implementadas.
Um dos primeiros campeonatos a voltar foi o AMA Supercross. O evento de 17 etapas, disputado em várias localidades nos Estados Unidos, foi interrompido em março, com pouco mais da metade da temporada, mas voltou no fim de maio. Nada de público, até então presença essencial para o brilho do evento, e acesso restrito apenas para as equipes e pouquíssimos representantes da imprensa. As últimas sete etapas, que seriam realizadas em sete pistas diferentes, passaram para um único lugar, no caso, Salt Lake City, em Utah. As corridas, tradicionalmente realizadas no sábado à noite, ocorreram durante a semana, aos domingos e até no período da tarde. Assim, tudo foi agilizado e, com as pessoas sempre no mesmo local, evitou-se o deslocamento de toda a caravana.
Na motovelocidade, a MotoGP e o Mundial de Superbike retomaram a temporada com o número reduzido de etapas e sem público. Em ambas as competições, pilotos brasileiros já tiveram a oportunidade de vivenciar a nova era. Em Jerez, na Espanha, Eric Granado venceu a primeira etapa da MotoE, categoria para motos elétricas da MotoGP. No mesmo circuito, duas semanas depois, Meikon Kawakami conseguiu a pole position na classe WorldSSP300, no World SBK. Também participaram dessa competição Ton Kawakami e Felipe Macan.
Outro evento que retornou foi o Mundial de Motocross. Assim como os demais, o calendário precisou ser reduzido, programado para repetir sedes, inclusive durante a semana. Porém, o que chamou a atenção nas primeiras etapas, realizadas em Kegums, na Letônia, foi a presença do público. É fato que o número de pessoas era bem menor que o normal, mas deu para notar muita gente circulando sem máscara.
Com algumas medidas iguais e outras decisões diferentes, os campeonatos mundiais vão criando uma cara para a temporada 2020. Não temos 100% do espetáculo, porque grande parte é feito pelos fãs presenciais que torcem, tiram fotos com os ídolos e passeiam pelo paddock e box. Acompanhar tudo o que rola nas principais competições internacionais nos anima para a retomada aqui no Brasil. Esperamos que os acertos e também os erros lá de fora sirvam de alerta para o que é necessário fazer por aqui.
Carol Yada é jornalista, assessora de imprensa, produtora de conteúdo e
coordenadora de eventos. Trabalha há 17 anos com competições e eventos
motociclísticos e automobilísticos.
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