Uma competição que reúne superação, turismo e aventura
Por: Carol Yada
Participar de uma edição do Sertões, atualmente o maior rali das Américas e um dos maiores do mundo, é encarar uma experiência única, repleta de adrenalina e emoção. Essa descrição não vale apenas para os competidores. Todo mundo que está na competição, seja qual a função, vive um rali particular, em busca de cumprir a sua missão, em meio às adversidades de uma prova off-road.
Em 2021, o evento celebrou a região Nordeste, durante dez dias, com um percurso 100% sertão e 100% em solo nordestino. O trajeto contou com 3.615 quilômetros, sendo 2.202 cronometrados, em sete estados: Rio Grande do Norte, local da largada, na Praia da Pipa, em Tibau do Sul; Paraíba, Ceará, Piauí, Bahia, Alagoas até chegar em Pernambuco, na cidade de Tamandaré, onde fica a Praia dos Carneiros.
Na disputa, 312 competidores, no comando de 189 veículos, sendo 63 motos, três quadriciclos, 87 UTVs e 36 carros partiram em busca do objetivo de vencer, completar ou simplesmente, vivenciar o Sertões. A prova também foi válida pelo Campeonato Brasileiro e pelo Mundial de Rally Cross Country.
Junto com esses destemidos guerreiros segue uma imensa caravana de 1.500 pessoas, que inclui integrantes da organização, apoios das equipes, mecânicos, motoristas, cozinheiros, médicos, profissionais da saúde, jornalistas, entre outros. Cada um correndo contra o tempo para exercer seu trabalho da melhor forma possível, em todos os lugares por onde o rali passou.
Mais do que uma competição, acompanhar o Sertões é fazer uma imersão na história e em paisagens turísticas do Brasil. Nesta edição, locais como a Chapada do Araripe (CE, PE e PI), Parque Nacional da Serra da Capivara (PI), Raso da Catarina (BA) e Cânions do Xingó (AL) foram alguns dos cenários das imagens do evento. Teve quem aproveitou a viagem através das expedições oficiais de motos e carros, misturando turismo e aventura, mas sempre de olho no que acontece na prova.
Duas outras esferas também caracterizam o Sertões: a preocupação ambiental, em neutralizar todo o carbono emitido pelo evento, e a ação social, através do projeto SAS (Saúde e Alegria no Sertões), que seguiu o evento com 60 voluntários, três unidades móveis de saúde para atendimentos de odontologia, oftalmologia, urologia, ortopedia e dermatologia na região.
A prova terminou com vitória na geral nas motos e na categoria Moto 1 pelo francês Adrien Metge, 35 anos, da Yamaha IMS Rally Team. O vice-campeonato ficou com Jean Azevedo, 47 anos, da Honda Racing, dono de sete títulos principais da competição. Também da mesma equipe, Bissinho Zavatti e Tiago Wernersbach levaram as categorias Moto 2 e Brasil, respectivamente. João Fornazari, da Brasil Moto Tour, venceu a Moto 3; Luciano Gomes, outro piloto da Yamaha, a classe Over 45 e Marco Antonio Pereira, da KTM Eletrocamp, a Self. Nos quadriciclos, o argentino Manuel Andujar, da Bianchini Rally, foi o melhor. Nos UTVs, Deninho Casarini e Ivo Mayer, da Casarini Racing, conquistaram o bicampeonato. Já nos carros, Cristian Baumgart e Beco Andreoti, da X Rally Team, faturaram o tetracampeonato.
Agora, o Sertões começa a se preparar para a próxima aventura: a edição histórica de 30 anos em 2022. Em comemoração ao bicentenário da Independência do Brasil, a organização promete um desafio inédito, do Oiapoque ao Chuí do país. É esperar para ver ou viver!
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