Substituída no exterior, a T100 fica nas lojas até o 2º semestre e pode ser encontrada com boas ofertas! Olha: vale a pena, heim!
Por: Eduardo Viotti
A Triumph acaba de renovar toda a sua linha de clássicas para 2021 no exterior. No Brasil, entretanto, os novos modelos só deverão chegar no segundo semestre, segundo informa oficialmente o fabricante. Assim, este modelo Bonneville T100 Black é o que se encontra atualmente nas lojas, e a preços mais atraentes. O valor sugerido pelo fabricante é de 50,5 mil reais, mas a Fipe já levantava, em sua pesquisa de fevereiro, um preço praticado de 47 mil reais, sinalizando a existência de descontos.
Esta versão da Bonneville T100 faz jus ao nome Black e substitui todos os eventuais cromados por acabamento preto fosco. Assim, aros das rodas, motor e câmbio, para-lamas e tanque, suporte de lanterna e aro do farol, espelhos retrovisores, painel, piscas e escapes, tudo é preto fosco. Fica legal, um estilo meio bandido, meio personalizado…
Brilhando, só mesmo a cobertura dos corpos de injeção laterais e o logotipo da marca inglesa no tanque –e não são cromados, mas polidos, escovados. Bem, também brilham os amortecedores traseiros (os dianteiros são recobertos por guarda-pós sanfonados de borracha preta), os aros dos instrumentos e um fino contorno da lanterna traseira…
A família Bonneville prima por alguns aspectos excepcionais. O primeiro deles é o acabamento, sempre muito caprichado, com componentes e materiais de qualidade, boa montagem e construção. O segundo é o desempenho, surpreendente para quem espera de seu visual retrô, clássico, inspirado na Bonneville de 1959, um comportamento tiozão… A versão T100, seja ela preta ou colorida, acelera muito, retoma forte desde baixas rotações, atinge velocidades máximas superelevadas.
Longe de ser uma moto puramente esportiva, faz curva e freia mais que muito modelo de apelo moderninho e jovial… Os pneus Pirelli Phanton Sport ajudam, com boa aderência. Eles têm perfil alto para conforto, especialmente o dianteiro, 110/90, montado em aro de 18 polegadas, que além de reforçar o ar retrô, ajuda na superação de terrenos esburacados. Atrás, a T100 aplica um pneu 150/70, em uma roda de 17 polegadas. Os aros raiados convencionais não permitem o uso de pneus sem câmara. Uma pena.
As suspensões são bastante tradicionais, com um garfo Kayaba de canelas pretas, 41 mm de diâmetro e 120 mm de curso na dianteira, sem regulagens. Na traseira, o par de amortecedores, da mesma marca japonesa, oferece regulagens de pré-carga da mola. Embora prevista para um mundo melhor do que este em que nós brasileiros vivemos, essa suspensão lê bem os pisos problemáticos de nossas ruas e provê um bom nível de conforto e estabilidade.
Ao par de seu bom desempenho, quando conduzida com calma e civilidade, a menor das Bonneville proporciona um uso urbano, diário, por exemplo, bastante prático.
Até mesmo o consumo de combustível é contido para o apetite de uma “novecentas”: durante a nossa semana de testes ela percorreu em média 23 quilômetros com um litro de combustível. Torcendo o cabo, esse consumo se eleva bastante, para algo em torno de 16 km/l e até menos. Com tal média, a autonomia da moto atinge quase 340 quilômetros.
Mesmo não sendo uma motocicleta vocacionada para longas viagens, a Bonneville T100 vai superbem na estrada. A posição de pilotar é confortável, embora o banco, largo e bem desenhado, seja um pouco raso em espuma. O carona também vai confortável. Ela não vem originalmente com alças (para apoio ou amarração de bagagens) ou malas, mas a Triumph oferece esses ítens como acessórios originais.
MOTOR A 270 GRAUS
O inline twin desta Bonneville noturna é refrigerado a água, apesar de ostentar aletas de cilindros típicas de motores em que a dissipação de calor se faz pelo ar. O radiador é fininho, bem discreto, montado à frente das colunas do chassi de berço duplo, que se unem no canote.
Esse motor tem a ordem de ignição a 270 graus, o que incrementa o torque e simula o comportamento dinâmico de um motor em V. Essa configuração está muito em voga.
Com potência de 55 cv a 5.900 rpm e torque de 8,16 kgf.m a amigáveis 3.230 giros, mostra muita força logo a partir das mais baixas rotações, tornando a dirigibilidade muito agradável. Ele emite um ronco grave e intenso pelos dois escapes independentes de formato tubular, com a saída mais estreita como nos modelos em que se inspira. De qualquer modo, com 4 válvulas por cilindro, ele respira bem e tem respostas prestíssimas a qualquer regime de rotação.
O câmbio tem apenas cinco velocidades, com as últimas marchas mais alongadas, a partir da terceira. Não é que uma sexta marcha faça falta, é que o padrão para esta classe de motocicleta é ter seis velocidades. Seu funcionamento é perfeito, com engates silenciosos, justos.
Em termos de tecnologia, o modelo embarca ainda o controle de tração, ítem importantes de segurança, além do ABS obrigatório. Em uma moto grande e de torque brutal como a T100, são equipamentos muito bem-vindos.
Prestes a receber muitas mudanças para a linha 2021, já entregues aos consumidores britânicos, a Bonneville T100 Black ainda encanta com bom desempenho, segurança e estilo ímpar. O fabricante vai começar a produzir a nova família de clássicas a partir de julho em Manaus, onde mantém uma linha de montagem CKD. Até lá, a Bonneville T100 Black segue à venda.
A Triumph promete “descontos tentadores” e “condições ainda mais especiais” em seu comunicado oficial.
Talvez seja um bom momento para negociar a compra desta clássica de muitas virtudes.
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