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YZF-R3

Por: André Ramos


Road & Track Pista ou estrada, prazer!



Até o final de 2015, a Kawasaki Ninja 300 nadava de braçada, sozinha no segmento das superesportivas de pequeno porte. Sem concorrentes à altura, a motocicleta desfrutava do prestígio que sua performance e confiabilidade mereciam e reinava nesta faixa de mercado.

Foi então que a subsidiária brasileira da Yamaha anunciou a chegada de uma concorrente –que a partir de então, se tornaria uma dura adversária a ser batida, tanto em termos mercadológicos, quanto nas pistas.

Com um moderno motor de dois cilindros a 180º de 42 cv e muita esportividade, a YZF-R3 rapidamente atraiu a atenção do público e da mídia por seu comportamento e design agressivos e desde então, veio subindo no ranking de emplacamentos da Fenabrave até atingir a posição de mais vendida do segmento esportivo, detendo atualmente 21,99% de participação (setembro de 2019).

Mas como em time que está ganhando também se mexe, sim, para 2020 a marca dos três diapasões tratou de apresentar sua nova R3, carregada de modificações, tanto estéticas, quanto mecânicas, além desta versão alusiva à equipe da fábrica na MotoGP.

Na verdade, as informações sobre a motocicleta surgiram pela Internet já no final de 2018, quando os primeiros anúncios e imagens da nova Yamaha brotaram como capim depois da chuva, então, como modelo 2019 para os mercados europeu, asiático e norte-americano. Por aqui, tivemos de esperar mais seis meses para ter contato com a segunda geração da motinho, anunciada como versão 2020.

Tivemos a oportunidade de colocar as mãos –e os olhos– na versão Monster Energy MotoGP Edition, que apresenta elementos que rementem à identidade da equipe de fábrica e a deixam com um toque ainda mais esportivo. Custa R$ 24.490,00 mais frete. A versão sem a decoração especial sai por 500 reais a menos.

Por mais que o olhar já tivesse tido um primeiro contato com a moto através da internet, quando ele se encontra de fato com a moto, os sentidos sempre são bombardeados de uma maneira diferente: neste caso, para melhor. Bom, esse negócio de conhecer primeiro pela internet às vezes nos prega peças (você sabe do que estou falando…).



AERODINÂMICA SUBLIMINAR

A moto ficou com um visual mais agressivo. As novas carenagens, com a entrada de ar frontal mais ampla em formato que lembra a letra “M”, e o novo conjunto óptico, todo em LED, conseguiram chegar a um resultado muito harmonioso. E o formato em “M” atua como uma linguagem subliminar, remetendo à origem nas pistas de competição. Afinal, as motos que competem no Mundial de MotoGP são batizadas de YZR-M1. Sacou?

Segundo a Yamaha, o novo desenho das carenagens melhorou o coeficiente de penetração aerodinâmica e com isso aumentou em até 8 km/h a velocidade final da moto.

O painel digital explode na viseira com sua iluminação branca, enche os olhos e agrega valor tecnológico. Completo, traz as informações fundamentais que o piloto precisa, além da shift light que indica o momento mais eficaz para a troca. O conta-giros de fita não é muito esportivo.

A nova suspensão dianteira up-side-down, com tubos amarelos, além de emprestar uma

aparência mais esportiva, trouxe também reforço ao garfo, reduzindo flexões e torções, o que faz maior sentido quando o assunto é alta performance. Em pilotagem esportiva, trocas de direção e frenagens exigem mais agilidade e estabilidade. A suspensão traseira continua com o mesmo conjunto, ou seja: um monoamortecedor com regulagem de pré-carga da mola e 120 mm de curso, associado a uma balança assimétrica de aço.

Bem calibradas, as suspensões dão conta do recado (claro que se você busca por algo mais apimentado, precisará dar um tapa no set up do conjunto) e copiam com louvor as imperfeições de nosso pavimento, sem maltratar os punhos ou os encaixes das carenagens.

Para proporcionar melhor posicionamento do tronco sobre a moto na hora de carenar,a Yamaha baixou em 20 mm a altura do tanque e ampliou sua largura em 31,4 mm (sem reduzir sua capacidade). Além disso, a altura do guidão foi reduzida em 22 mm. Essas mudanças facilitaram o processo de se encaixar atrás do guidão e sobre o tanque, que está mais baixo, sem comprometer o conforto. Com o tanque mais largo, as pernas encontram mais apoio, seja para curvas, seja para as frenagens mais fortes.

O fato de não ter sofrido mudanças no motor bicilíndrico de 321 cc não trouxe nenhum prejuízo à moto, muito pelo contrário: ela continua deliciosa. Com entregas suaves para o cotidiano, mas com muito fôlego para os momentos de diversão, permanece entregando 42 cv de potência e 3,02 kgf.m de torque máximos. O inline twin permite muita facilidade na tocada, atendendo tanto às demandas de pilotagem speed, quanto uso diário ou um passeio de fim de semana por alguma estradinha sem movimento.

Esse comportamento elogiável só é possível graças a um chassi tubular de vigas duplas em aço, que incorpora o motor à estrutura e oferece boa distribuição de massas. A moto aceita bem as torções laterais em curvas de alta velocidade, fazendo “desaparecer” seus 171 kg em ordem de marcha.

A Yamaha manteve o conjunto de freios da R3, com discos de 298 mm na frente e 220 atrás, com ABS que, por sinal, trabalha muito bem, entregando eficiência e segurança até em situações de asfalto irregular, graças ao intervalo de pulsionamento extremamente curto do sistema.

Se está prestes a escrever sua cartinha para o Papai Noel, e tiver sido um bom menino, a R3 pode ser boa pedida!



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